sábado, 6 de outubro de 2012

SEDE DE PODER



- Adilson Fuga

          Muammar Gaddafi ou Kadhafi, ditador Líbio, ficou 42 anos no poder, considerado por muitos um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 200 bilhões, encontrado e morto num bueiro em outubro de 2011. 
           Hosni Mubarak – Ditador Egípcio, renunciou em fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos no Egito, condenado a prisão perpétua pela morte de 850 manifestantes nos protestos que o derrubaram, com uma fortuna estimada entre S$ 50 e US$ 70 Bilhões. 
          Saddam Hussein – Ditador, Iraquiano, encontrado num abrigo subterrâneo, sujo, barbudo, cheio de piolho, sentenciado pelo tribunal daquele pais, foi enforcado em dezembro de 2006, tinha uma fortuna pessoal estimada em U$ 7 bilhões. 
        O que estes três personagens têm em comum? 
        Além de serem verdadeiros déspotas, assassinos sanguinários e com uma enorme sede de poder, construiu toda sua riqueza ás custas de uma nação. Tiveram todas as possibilidades de se afastar do poder e, se o fizessem, teriam saído como heróis, por terem transformado seus países, de uma ditadura em uma democracia. Poderiam usufruir de toda a riqueza acumulada, que, certamente, muitas gerações seriam necessárias para gastá-la. 
Mas não, preferiram morrer a abrir mão do poder. Quem não se lembra da cena onde Saddam foi retirado do seu bunker, sujo, barbudo, cabeludo, magro, um verdadeiro trapo humano. E Kadhafi, sendo arrastado de uma rede de esgoto e assassinado em seguida, um excremento humano, será que valeu a pena? 
Aqui não temos Saddam (s) nem Kadhafi (s), é verdade, mas temos “Luis, José...” que constroem verdadeiras fortunas “não declaradas” subtraídas da nação, que orbitam os corredores do poder com desenvoltura, a influenciar pessoas e aproveitando sua influência para receber benesses. 
Que não é uma Ditadura no sentido estrito do termo, podemos afirmar. Porém, o nosso modelo de democracia está alicerçado no equilíbrio entre os três poderes e, quando nos deparamos com um Judiciário lento, inoperante, que defende seus interesses preocupado em acobertar seus pares, dependendo das verbas do Executivo para manter “alguns” altos salários, e ainda nos deparamos com um Legislativo totalmente parado, apagando fogo da rede de corrupção que vigora no Congresso, e onde cada um defende seu interesse, a Nação é uma mera coadjuvante desse grande palco em que se transformou o nosso Congresso. Ninguém se preocupa com o eleitor, pois sabe que temos memória curta e nas próximas eleições é só votar para suas bases e continuar com os tapinhas nas costas que mais um mandato está garantido. 
Ou seja, só o Executivo dá as cartas! Isso é uma verdadeira democracia? Ou não passa de uma ditadura autorizada pelo voto? 
No Egito Antigo os faraós acreditavam que seu poder era emanado dos deuses, todo o povo tinha obrigação de servi-los, caso contrário seria punido pelos Céus. 
Construímos nossos faraós e, pasmem, avançamos muito, pois temos faraó que foi além, age e acredita que é Deus, e que está acima do bem e do mal, que pode fazer e falar qualquer coisa que o povo, vaquinha de presépio, aplaude. 
O que dizer da imagem recente dos afagos entre Lula e Maluf, algo errado? 

* Adilson Roberto Fuga é Superintendente da CAPAL – e Vice-Presidente da SICREDI CAPAL