PADRE PODERÁ TROCAR
O ALTAR POR PALANQUE
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Padre Zezinho |
Uma fonte próxima ao ex-padre de Wenceslau Braz, José Simão, o popular Padre Zezinho, garantiu que ele é pré-candidato a prefeito ou até mesmo vice-prefeito nesta próxima eleição em Wenceslau Braz.
Em dezembro do ano passado, o padre já havia sinalizado sua intenção, mas seu partido, o PTB, cujo ele é o vice-presidente, por questão estratégicas resolveu blindar o nome do Padre, provavelmente para poupa-lo de desgastes político e até mesmo dar um tempo maior para o padre poder refletir melhor sobre o assunto.
O PTB brazense até o momento tem dois nomes que serão colocados em apreciação para os convencionais, um é o Padre Zezinho o outro é o presidente do partido Omar Andraus. "É possível que Zezinho e o Omar sejam os candidatos a prefeito e vice do partido, os dois já se colocaram a disposição", confirmou um membro da diretoria do partido. "Na semana que vem o Padre estará em Wenceslau Braz e já vai dar inicio a sua pré-campanha", confidenciou a fonte.
Veja o que diz a Igreja
Bispos manifestam
contrariedade
em candidaturas de padres
“Será suspenso do uso das ordens aquele que, por decisão própria, contrariar essa determinação em nossas dioceses. O mesmo acontecerá com o presbítero religioso, ainda que tenha o consentimento de seus superiores”. Este é um trecho da Declaração dos Bispos da CNBB, Regional Sul 2, sobre a candidatura de Padres. A decisão dos bispos foi tomada na Assembleia do Regional Sul 2 da CNBB, que aconteceu em Guarapuava, nos dias 14, 15 e 16 de março.
“Determinamos que nenhum presbítero ou diácono permanente, religioso ou diocesano possa sair candidato à cargo eletivo nessa próxima eleição municipal e que será suspenso aquele que contrariar”, reiterou o Presidente da CNBB Regional Sul 2, dom Mauro Aparecido dos Santos, arcebispo de Cascavel.
O que dizem outros padres
que já entraram na política
Embora não haja exceções à proibição da atividade político-partidária por parte dos sacerdotes, alguns bispos e padres ignoram ou relativizam o Direito Canônico para justificar sua participação na política. O ex-prefeito de Londrina Padre Roque defende que os padres, sendo pessoas livres, deveriam ter a possibilidade de exercer cargo público. “Fé e vida são coisas que caminham juntas, não uma coisa estagnada”, argumenta.
Ele também afirma que, mesmo afastados de suas funções, os padres continuarão sempre sendo sacerdotes.
O ex-prefeito de Borrazópolis Osvaldo Campos de Almeida diz ter exercido o mandato paralelamente às atividades de padre por oito anos. Durante o dia, ele dava expediente na prefeitura e, à noite, celebrava missas fora da cidade. “Os bispos têm de defender a Igreja, mas dá para conciliar as duas coisas. Na experiência que tive como prefeito, nunca abandonei minha paróquia”, diz.
O bispo de Cornélio Procópio, dom Getúlio Teixeira Guimarães, não suspendeu o prefeito de Santa Cecília do Pavão, o padre José Sérgio Juventino (PPS), que, no entanto, só celebra missas em outros municípios pertencentes ao território da diocese. Para dom Getúlio, a medida não desrespeita o Direito Canônico, mas abre uma “exceção”. “Ele vai presidir missas quando a comunidade precisar de um sacerdote, é a necessidade da comunidade, não dele”, justifica.
José Sérgio, diz interpretar o Código de Direito Canônico com bases em “princípios de fé” e não sob o ponto de vista jurídico, “O Código tem de ser adaptado de acordo com a necessidade da diocese. Eu respeito o que ele diz, mas estou exercendo uma missão por um período limitado”, diz.